quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Depois da agitação, um descanso

 

Fiquei sem postar aqui por mais tempo do que planejava, pois planejava escrever pelo menos uma vez por mês, mas aqui estou eu, e o que tenho feito é: colocar em prática aquela minha lista de vontades adolescentes. Mesmo talvez sendo velha demais pra isso, mas de verdade quem se importa realmente, talvez só eu, um pouco. Dia 21 de julho fui ao show do Edu Falashi, e até chegar lá estava me odiando por ter comprado o ingresso, sendo eu uma pessoa que não curte locais muito cheios, com empurra-empurra, sons altos demais e tals, mas era o show especial em comemoração dos 20 anos do Rebirth, eu teria que suportar. 

E devo dizer que foi um show maravilhoso, além de eu poder ficar sentada na arquibancada do circo voador, já que cheguei cedo eu consegui assistir os shows de abertura sentada como uma senhorinha sedentária, se eu ficasse em pé desde as 19, na hora do Edu eu já estaria implorando para ir embora. Foi surreal, e agradou demais minha eu adolescente que queria ter aproveitado tudo isso na época dela.

Aproveitando o embalo no dia 18 de agosto fui ao show do Angra, acústico e ouvir Fábio Lione cantar ao vivo e de arrepiar, que show, que banda. Quando Angra anunciou em 2012 que Fábio Lione seria o novo vocalista eu meio que fiquei chocada dele ter saído do Rhapsory of Fire para ir para o Angra, mais acabei, depois de dois álbuns da banda, me acostumando com a ideia. E que voz aquele cara tem. Agradeço muito o eu do passado por ter ido nesse show, pois algumas semanas depois o Angra anunciou um hiato na carreira.

Depois de dois shows fiquei a semana cansada, e para espairecer comecei a ler os livros de Anne, minha mãe ganhou de uma conhecida que estava querendo se desfazer dos livros. Eu não esperava nada do livro, já que não assisti a série "Anne com e", não é meu tipo de leitura, não que eu não leia esse tipo de livro, porém sempre priorizo leituras fantásticas, terrificas, ficção científica, mistério ou um bom suspense. 

Anne me surpreendeu e estou tão obcecada que estou lendo um livro atrás do outro, já estou no terceiro, o livro não tem nada de tão grandioso, mas é uma obra prima de conforto, se tornou a calmaria para os momentos complicados que tenho passado em relação a meu futuro profissional, que em falar nisso, estou passando pelo estresse de fazer uma mudança de carreira, mas isso é história para outra oportunidade.

Sendo assim meu julho e agosto foram até agradáveis na medida do possível, e espero que continue assim pelo bem da minha saúde mental.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Será que estou velha demais para isso!?

 
 
Nunca é tarde demais para começar, será?!
 

Olha não sei, mas faz anos, e bota anos nisso, que me sinto velha demais para isso e tantas outras coisas. Achei uma agenda minha de 2009 enquanto me livrava de muitas tralhas que guardo, e nessa agenda tinha uma lista de 100 coisas para fazer antes de morrer e das 100 coisas na lista eu só fiz apenas 11. Terrível isso. 
 
A maior parte das coisas daquela lista eu ainda desejo muito fazer, pensando em por que causa, motivo, razão e circunstâncias eu não fiz, percebi que não fiz para não cair na tentação de desagradar o próximo, com isso acabei desagradando a mim mesma. Hoje com meus 30 e poucos anos sinto mais ainda vontade de fazer muitas coisas nessa vida, parece que quando mais velho ficamos, pelo menos para mim, a gente se importa menos com a opinião alheia. 
 
Mas serei sincera, como eu queria em jovem adulta não ter me importado com isso e ter sido eu mesma, na adolescência eu cagava para os outros, só foi começar a faculdade e me preparar para o mercado de trabalho para perceber que para sobreviver eu teria que dar o braço a torcer e ser mais uma pessoa desconfortável consigo mesma no meio de um montão de outros também desconfortáveis consigo mesmo. 
 
O que havia naquela lista eram coisas simples como: pintar meu cabelo de roxo ou azul, colocar um piercing no nariz, fazer uma tatuagem, raspar o lado do cabelo e tantas outras coisas. Coisas simples que eu mesma me impedi de fazer com medo de não arranjar um emprego. Coisas que, no fundo do meu ser, eu achava que no futuro que iria deixar de querer. "Esquece isso é apenas uma fase, logo a vontade acaba", eu repetia a mim mesma. Se minha versão adolescente pudesse me ver agora, ela provavelmente me xingaria, e talvez me daria um murro bem dado e com razão, pois não me tornei nem metade do que ela (minha eu adolescente) queria ter sido.
 
Das 11 coisas que eu realizei da lista algumas delas foi, terminar a faculdade, visitar a Fiocruz, visitar o jardim botânico, ir ao show de uma banda que eu goste, ter um blog, enviar uma carta escrita á mão e entre outras coisas como terminar varias sagas de livro ou ir no cinema em uma estreia. 
 
Me dá uma tristeza e, ao mesmo tempo, alegria, meio conflitantes esses sentimentos, quando vejo uma alternativa da minha idade, ou até mesmo mais velha, chego a me perguntar o motivo de eu ter saido do caminho das trevas. Me lembro da Gio do blog This Is My World e o quanto eu a admirava e queria ser como ela e continuar alternativa mesmo após a adolescência, pois eu sentia que para mim não seria apenas uma fase.
 
Tenho refletido muito sobre ser quem eu sempre quis ser. Eu como tantos outros vou morrer e, qual o motivo de não fazer? Um dos assuntos que costumo muito conversar em família é a morte, a finitude, a brevidade da vida e tudo o mais. E meu maior medo sempre foi chegar na velhice e me arrepender de muita coisa que não fiz. Sabe aquele sentimento de que não há mais tempo para realizar uma tarefa ou comprar um objeto limitado, ou coisa parecida? Aquela ansiedade que dá, quase paralisadora que te deixa até sem dormir? Então, é ela que eu tenho sentindo já a uns 4 anos. 
 
Na pandemia esse pensamento começou a me atormentar diariamente, a ideia de que eu iria morrer e nunca visitaria um local que sempre quis, ou ir ao show da banda preferida, não visitar aquela amiga que foi morar longe, tudo isso, pois estava ocupada demais sendo uma adulta séria e controlada. Essa situação me lembra uma cena de "O Clube da Luta", onde Tyler aponta uma arma para cabeça de um cara e pergunta qual é o grande sonho de vida dele, o cara diz que queria ser veterinário, só que deixou a escola porque era muito difícil. E Tyler diz para ele voltar para escola e perseguir os sonhos dele, senão vai matá-lo.

A ideia que você vai morrer sempre, pelo menos para mim, dá aquele ânimo de viver a vida adoidado da forma que a gente deseja, sem se preocupar com a opinião alheia. Ainda bem que não precisei que ninguém apontasse uma arma na minha cabeça para querer seguir meus sonhos e minhas vontades. Claro que toda mudança é gradual, e devagar vou mudando, ou melhor, me tornando o que eu sempre quis ser. Estou velha demais para algumas coisas? Sim, estou, e daí, sempre achei um charme ser a velha louca dos gatos e tantos outros bichos da casa cheia de plantas que acorda cedo e xinga as crianças da vizinhança. 
 
Talvez tenha coisas que seja tarde demais para ser feitas, mas outras, enquanto eu tiver viva, posso fazer, por que não, oras? Apenas tenho que me lembrar de ser menos dura comigo mesma.